21 de Julho às 21h30 

Duas performances seguidas de uma conversa.

Pequeno Auditório do Teatro Rivoli, Porto.



 


Ramon Casas i Carbo, Decadente, 1899.


A ESPERA AO VIVO

Loreto Martínez Troncoso com o duo King-Salvi.


“A espera… de ‘esperar’ que é ficar à espera e sperare (ter spe). Esperança de... Ao mesmo tempo, a palavra latina spes está ligada à raiz indo-europeia spe- (expandir-se) presente também no adjetivo latino prosperus (feliz, que se expansiona, que se ex-pa-n-siona).”

A espera ou à espera é o título das palavras, das vocês que nascem no encontro com a peça VIVO.

VIVO, para harpa e massagem, é uma composição para quatro mãos e um recetor, desenvolvida por Angélica Salvi e Emily King. Na sua versão original destina-se a sessões individuais de bem estar. Nesta proposta abre o seu dispositivo a voz e sai ao nosso encontro.

Loreto Martínez Troncoso, nasce, vive e trabalha em. O seu trabalho consiste essencialmente em quem questiona os entre e. Desde faz uns anos, desenrola uma pesquisa sobre, um espaço mental onde a e os evocam o mesmo da construção de uma. Imagina e põe em lugar não para, mais também para se adaptar aos. Recentemente tem introduzido princípios nas suas obras que, via a montagem entre e, ou a través da introdução de uma voz de, produzindo novas postas em distancia e efeitos de. Tem colaborado com e participa a. Tem especialmente exposto em, na, no e nos/nas e os seus últimos projectos tiverem lugar no, em, na, no, no, nos/nas e na, a aa e na a-a-a-a-ah! Na intenção de desenrolar novas, amplia as suas pesquisas a traves do da, particularmente e vale-se da para, comprometendo assim a e a/o com os/as, etc.

Angelica Salvi é uma harpista que vive no Porto, Portugal. Completou os seus estudos de harpa clássica no Conservatorio Superior de Madrid, estudou Jazz no Arizona (EUA) e realizou dois Masters no Conservatorio de Haia (Holanda) especializando-se em música contemporânea e experimental. É professora de harpa do Conservatório de Música do Porto e dirige o projecto Female Effects. Actualmente colabora com diversas orquestras sinfónicas e é membro do Vertixe Sonora Ensemble. 

Emily King estudou a arte da massagem na escola Biopulse em França, onde obteve o seu certificado profissional em 2008. Trabalha de maneira independente, desenvolvendo um estilo pessoal no qual combina as suas influências e inspirações artísticas com as escalas técnicas e os altos estandartes desta arte dedicada ao bem-estar dos seres humanos. A través das suas oficinas e colaborações, explora maneiras criativas de aprender e/ou usufruir das massagens. Vive entre Porto e Paris.


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PELOS NOMES 
de Vera Santos

Esta performance renasce da preocupação de saber do que se fala quando se dizem as palavras que se dizem, e antes de um manifesto que hei-de escrever.
As palavras estão gastas e cansadas, há que desempoeirar-lhe os sons e polir os seus significados.
Manifesto é uma declaração pública em que se expõem os motivos que levaram à prática de certos actos que interessam a uma colectividade.
Dar o corpo ao manifesto é arriscar-se, expor-se.
Ter opinião não é necessariamente estar a favor ou contra! É ter pensamento.
Performance é actuação. E o público (só?) assiste. (ver pf em letra A do dicionário)

Vera Santos
Nasceu no Porto, em 1973. Estudou artes plásticas na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, fez o Curso profissional de dança no Balleteatro; o Bacharelato de Teatro na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo; a Licenciatura em História da Arte na Faculdade de Letras e o Mestrado em Estudos Artísticos (Teoria e Crítica da Arte) na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Fez o curso de Coreografia e o de Artes da Performance  Interdisciplinares e Tecnológicas do Programa de Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian e, no âmbito do programa O Estado do Mundo, esteve na residência artística Sítio das Artes, instalada no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão daquela Fundação (Lisboa). Participou na residência artística MUGATXOAN co-organizada pela Arteleku (S. Sebastian/ Espanha) e pela Fundação de Serralves (Porto). Na génese é bailarina e está sediada no Porto.


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PROGRAMA "UMA SEGUNDA POR SEMANA", VARIAÇÃO DA CULTURA

BILHETES: 5 EUROS.

INFORMAÇÕES E RESERVAS: 223 392 201
PALMILHA DENTADA “Dimas e Gestas”
Dias 16 a 20 – 21h46 Um musical para crucificados M/16
Preço normal 5
Preço simpático 7,5
Número de reservas – 223 392 201
variacaodacultura.blogspot.com       
variacaodacultura@gmail.com


Dimas, o bom ladrão, e Gestas, o mau ladrão, aguardam a chegada de um terceiro elemento que se adivinha que virá pois há um espaço livre entre as cruzes onde os dois estão crucificados. Enquanto aguardam, as personagens vagueiam pelas memórias da sua vida, pelas opções que tomaram e pelas oportunidades que perderam. Afinal como chegaram ao Gólgota?

Segundo o evangelho de Lucas, Cristo foi crucificado no meio de dois ladrões ou malfeitores: “E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos.
E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. […] E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.
Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?
E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.
E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.”

Mas será que esta é a verdadeira historia? Claro que não. À luz das mais recentes evoluções da psicologia forense acreditamos que Dimas era na verdade um malandro, bem-disposto é certo, um bom malandro, mas não seguramente um bom ladrão. Era um pintas. Um mentiroso compulsivo. Aliás quem senão um oportunista diria a Cristo: - “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino” Já o pobre do Gestas mais não era que um pai de família que fruto de um desemprego prolongando e da perseguição da usura a que foi obrigado a recorrer, mais solução não teve que enveredar pela profissão e ladrão. Ladrão de pouca monta, ladrão de pão. Não foi blasfémia, foi súplica sentida: - “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.”

Ficha Artística
Texto e encenação de Ricardo Alves
Interpretação de Ivo Bastos, Nuno Preto e Rodrigo Santos
Direcção plástica e ilustrações de Sandra Neves
Músicas originais de Rodrigo Santos
Desenho de luz e fotografia de cena de Pedro Vieira de Carvalho
Duração 1h15 sem intervalo


14 de Julho | 21h30 | Duas performances seguidas de uma conversa

BRUXISMO de Francisco Babo
Aquilo que eu vou fazer é algo que não sei se você faria. Não que mo caiba a mim mas apenas que o desejei.

Um homem esmaltado sobe para o palco onde tem invariavelmente de se movimentar. Os dentes rangem como se de madeiras para a alma se tratassem. Aquilo que vos une a esse homem é uma suspeita de que o outro pode ser diferente ou estar apeado ou ser obtuso.
Uns, bruxam de dia,
mas ela bruxava na noite.
Dantes do dia que ergue a polpa do homem da seiva nocturna, dantes do sol proteger um seu servo com tabacos, dantes da hora surfar a madrugada, alguém bruxa.
Bruxa forte e feio.

A polpa é som de algumas fornalhas, é sémen de alguns presbíteros.
A imagem é mordedura constante no fruto invisível.
Verde ou maduro.

Francisco Babo. No Porto nasceu em 1986, um mês e poucos dias depois de Tchernóbil.
Estudou Pintura e Práticas Contemporâneas.
Desenvolve um trabalho amador na área das artes plásticas desde 2010.

*
SEM TÍTULO 01 de Orlando Gilberto-Castro
A. Avatar (do francês avatar, descida; do sânscrito avatara, descida do céu para a terra de seres supraterrestres) Priberam.pt
B. Desapareceu o corpo como alvo principal da repressão penal. A punição pouco a pouco deixou de ser uma cena. Vigiar e Punir, Michel Foucault
C. We've arrived.
Who are you?
We are men.
[Silence.] Waiting For Godot, Samuel Beckett
D. São estímulos, o contacto com outros corpos, a instabilidade. Uma instabilidade produtiva, no sentido em que acabas por estar sempre numa situação de fragilidade. E a fragilidade exalta a criação. Didier Fiúza Faustino, citado por Pedro Baía, Dédalo Displace

Se a casa deve ser materialização do sujeito que habita, o corpo deve ser manifesto do seu eu. Num e noutro caso, essa relação é condicionada: pela inércia que perpetua paradigmas não necessariamente adequados; por todas as convenções sociais, todas as restrições, interiores e exteriores, inibições e impossibilidades. Não se trata de torturas, dos suplícios de Foucault: a punição, o castigo, deixou de se exercer sobre o corpo para se centrar nesse eu interno; faz-se de restrições às liberdades, faz-se de repressão. Já não se corta um membro, mas continuam a cortar-se coisas.

O ano, 1989. O local, Porto. Nasce Orlando Gilberto-Castro. Quinze foram os anos que o separaram do curso de Artes Visuais, dezasseis do teatro amador (Máquina de Nuvens), dezoito do curso de Arquitectura. Trabalha com o Teatro Universitário do Porto desde 2011, tendo realizado o Curso de Iniciação à Interpretação em 2012, com espectáculo final dirigido por Cláudio da Silva. Em 2013 trabalha com Victor Hugo Pontes em Já Gastámos as Palavras. Realizou no presente ano o Curso Prático de História da Dança, com Vera Santos e a cenografia do espectáculo O Despertar da Primavera (em colaboração com Marta Pereira e Tiago Ascensão). Encontra-se actualmente a desenvolver a sua dissertação para conclusão do curso de arquitectura, onde explora a relação do sujeito não-especializado com o espaço e o seu potencial perceptivo. Quase arquitecto, actor amador e et cetera.


21 de Julho | 21h30 | Duas performances seguidas de uma conversa


A ESPERA de Loreto Martinez Troncoso com Emily King e Angélica Salvi
A espera ou à espera é o título das palavras, das voces1
Trata-se de “esperar” que ao mesmo tempo é ficar à espera e sperare (ter spe). Esperança de...) “– Quando esperamos uma pessoa é porque temos esperança que chegará. Quando perdemos a esperança, vamos embora... e deixamos de esperar (?)” Ao mesmo tempo, a palavra latina spes está ligada à raiz indo-europeia spe- (expandir-se) presente também no adjectivo latino prosperus (feliz, que se expansiona, que se ex-pa-n-siona)...
1 a voces : Loc. fig. & fam. aos gritos.

Loreto Martínez Troncoso, nasce, vive e trabalha em. O seu trabalho consiste essencialmente em quem questiona os entre e. Desde faz uns anos, desenrola uma pesquisa sobre, um espaço mental onde a e os evocam o mesmo da construção de uma. Imagina e põe em lugar não para, mais também para se adaptar aos. Recentemente tem introduzido princípios nas suas obras que, via a montagem entre e, ou a través da introdução de uma voz de, produzindo novas postas em distancia e efeitos de. Tem colaborado com e participa a. Tem especialmente exposto em, na, no e nos/nas e os seus últimos projectos tiverem lugar no, em, na, no, no, nos/nas e na, a aa e na a-a-a-a-ah! Na intenção de desenrolar novas, amplia as suas pesquisas a traves do da, particularmente e vale-se da para, comprometendo assim a e a/o com os/as, etc.

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PELOS NOMES de Vera Santos
Esta performance renasce da preocupação de saber do que se fala quando se dizem as palavras que se dizem, e antes de um manifesto que hei-de escrever.
As palavras estão gastas e cansadas, há que desempoeirar-lhe os sons e polir os seus significados.
Manifesto é uma declaração pública em que se expõem os motivos que levaram à prática de certos actos que interessam a uma colectividade.
Dar o corpo ao manifesto é arriscar-se, expor-se.
Ter opinião não é necessariamente estar a favor ou contra! É ter pensamento.
Performance é actuação. E o público (só?) assiste. (ver pf em letra A do dicionário)


Vera Santos Nasceu no Porto, em 1973. Estudou artes plásticas na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, fez o Curso profissional de dança no Balleteatro; o Bacharelato de Teatro na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo; a Licenciatura em História da Arte na Faculdade de Letras e o Mestrado em Estudos Artísticos (Teoria e Crítica da Arte) na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Fez o curso de Coreografia e o de Artes da Performance  Interdisciplinares e Tecnológicas do Programa de Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian e, no âmbito do programa O Estado do Mundo, esteve na residência artística Sítio das Artes, instalada no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão daquela Fundação (Lisboa). Participou na residência artística MUGATXOAN co-organizada pela Arteleku (S. Sebastian/ Espanha) e pela Fundação de Serralves (Porto). Na génese é bailarina e está sediada no Porto.
Variação da Cultura    
Uma Variação Constante
Pequeno Auditório do Rivoli
12 a 31 de Julho de 2014

A Variação da Cultura é uma plataforma informal de criadores que pretendem conjugar sinergias na difusão dos seus trabalhos.

A variedade encontra-se no mesmo espaço. A variedade nas formas - teatro, teatro para a infância, dança, performance ou novo circo - uma variedade de criações para uma variedade de públicos. Não é um festival, não são noites avulsas, não aparece ao acaso e não termina aqui. Criadores da cidade do Porto apresentam as suas criações no Teatro Municipal Rivoli, depois de em 2010 o terem feito na Sala Estúdio Latino do Teatro Sá da Bandeira.

O contexto mudou mas a pertinência da iniciativa continua a ser constante. Orientar para o público, para os públicos, sem restrições programáticas, filosofias formais ou linhas estéticas orientadoras. É um espaço de programação, um espaço de permissão aos criadores de serem vistos e permissão aos públicos de escolher ver.

A escala do olhar e a escala do mostrar estão com esta iniciativa, mais próximas. Através de um plano de comunicação conjunto aumentamos a escala do mostrar, focando a escala da oferta num palco da cidade.

Não é uma plataforma emergente mas sim um espaço de vontades firmadas. Na firmada vontade de, em conjunto, dar ainda mais visibilidade à cultura que no Porto se produz.

Porto, 2014

Chão concreto
Erva Daninha
Esquiva Companhia de Dança
Limite zero
Numa Norma
Patchwork
Radar 360
Teatro Bisturi
Teatro da Marca Branca
Teatro da Palmilha Dentada

Vera Santos

Próximos espectáculos…

 

 MauArtista - LogoPreto (Justo)apresenta

“Confissões de um carrasco na hora de ir para a cama”

Carrasco - Cartaz

9 a 18 de Junho - Quarta a Domingo

21h 45m

Cinco mortos, um Carrasco, uma Suicida e uma “Ordem” compõem o mundo absurdo deste espectáculo.A extinção retratada através de cinco Mortos sem nome que todas as noites aparecem no mesmo sítio, apenas para não deixarem adormecer o Carrasco que os matou. Todas as noites a mesma coisa, tantas noites que nem os Mortos sabem há quanto tempo estão por ali. Falam porque tem de ser, porque a “Ordem” assim o exige. Não deixar adormecer o Carrasco… o culpado (para eles) por se encontrarem naquela situação.O Carrasco que não fala, que já não fala… o Carrasco que se sente culpado apenas por uma morte… a única que não aconteceu através da lâmina que usa… a morte da mulher que se suicidou por não aguentar a pressão de ser mulher de um Carrasco. Este ser não fala até perceber que a “Ordem” de certa forma se alterou, que falar será a única forma de todos irem embora e ele poder descansar, adormecer, finalmente, depois de tanto tempo… depois de tantas noites.

 

texto e encenação: Nuno Preto

interpretação Nuno Preto, Paulo Calatré, Sara Costa, Sara Pinto Pereira, Susana Madeira, Tânia Dinis, Teresa Alpendurada

figurinos Inês Mariana Moitas

desenho de luz Francisco Tavares Teles

cenografia Ricardo Preto

produção executiva Marta Lima

Carrasco - Foto 1

foto de Sandra Preto

PROGRAMAÇÃO GERAL – FEVEREIRO A JUNHO

“NORMA“

Teatro da Palmilha Dentada

11 de Fevereiro a 7 de Março - Quarta a Domingo 21h46m

Palmilha Dentada - Norma - Ilustração Sandra Neves

texto: Ricardo Alves e Salgueirinho Maia com Ivo Bastos e Rodrigo Santos

encenação: Ricardo Alves

direcção plástica: Sandra Neves

música original e sonoplastia: Rodrigo Santos

interpretação Ivo Bastos e Rodrigo Santos

desenho luz e fotografia de cena: Pedro Vieira de Carvalho

apoio figurinos: Alexandra Barbosa

direcção de produção: Adelaide Barreiros

Sinopse:

Livro das Normas 34:2 Estando três fariseus sentados, deles se abeirou uma mulher. E ela lhes ofertou um prato com dois farináceos. E por entre os três se encontrou a forma justa de dividir a oferenda. E não é conhecida a forma como o fizeram porque modesta é a pobreza .

Livro das Normas 34:3 E no dia seguinte tornou a mulher a se abeirar dos três fariseus que se achavam ainda sentados. E perante eles depositou nova oferenda, um prato com quatro farináceos. E entre eles se discutiu a forma justa de dividir a nova oferenda e do mal daí sucedido ainda hoje se sentem os ecos

Livro das Normas 34:4 De olho por olho em dente por dente a discussão cresceu, porque a necessidade é prazenteira e o luxo pérfido. Já o sol se punha sobre o deserto de Paran quando a disputa amainou.”

A nova peça da Palmilha Dentada será o mais ambicioso dos trabalhos da companhia. Inteiramente falada nas línguas da época, Aramaico, Hebraico e Mirandês, decorrerá entre as águas separadas do Rio Douro. Esta é também uma peça sobre o aumento do cepticismo na sociedade actual.

Jesus Cristo disse “Abençoados os que crêem sem ver”. Respeitamos, mas venham ver na mesma.

P.S. Solicitamos a todos os espectadores que desliguem os telemóveis durante o espectáculo, sob pena de serem transformados em estátuas de sal assim que estes tocarem.

“Bórgia”

Esquiva Companhia de Dança

de 10 a 14 de Março, às 21h45m.

Bilhetes: 10 euros / 5euros (profisionais) / 5euros (grupos de 10)

com direito a uma bebida.

cartazbórgia

direcção artística: Mariana Amorim

criação e interpretação: Cláudia Eiras e Mariana Amorim

Se nos anais da memória
Figuram heróis famosos,
Há registos na História
De patifes horrorosos.
(…)

in “Eu, Pierre Riviere, que degolei a minha mãe, a minha irmã e o meu irmão… Um caso de parricídio no século XIX” apresentação de Michel Foucault

Uma mulher como Lucrécia Bórgia chocou e provocou mentalidades, alimentando mitos e sonhos, desde que existiu até aos nossos dias. Continua a ser uma referência sempre que se quer evidenciar alguém ligado ao poder, a uma beleza pura e a uma alma desleal. É o poder o que se salienta em Bórgia.

foto2

"O ESCADOTE"

Tenda de Saias

17 a 21 de Março - Quarta a Domingo 21h45m

Tenda Saias - Escadote - Cartaz

criação colectiva

texto: Jaime Salazar Sampaio

interpretação: Xana Miranda e Tânia Dinis

Sobre o espectáculo

"O Escadote" é uma peça sobre duas pessoas que se permitem parar no tempo para observar o mundo. Confrontam-se com a realidade que, tanto em cima como em baixo do escadote, não difere.

É uma peça sobre a comunicação e o silêncio: a que se faz de si para si mesmo, a verdadeira; e quando deixamos o som da respiração ocupar lugar, encontramo-nos.

Fala do paradoxo do olhar: por muito que olhemos não quer dizer que apreendamos o universo. Trata de ver com os olhos o que não pode ser visto dessa maneira. Muitas vezes, olhamos mas, não estamos a ver e, assim, percebemos que estávamos a olhar mas não estávamos a perceber. Quando fechamos os olhos e olhamos para nós e vemos as nossas paisagens surpreendemo-nos por elas serem tão parecidas, quer estejamos em cima ou em baixo do escadote.

Sobre a Companhia

A Tenda de Saias é uma companhia de Teatro não subsidiada residente na Fábrica da Rua da Alegria no Porto, espaço partilhado, desde 2005, por várias companhias de teatro, uma produtora de cinema, um projecto musical e elementos de outras áreas artísticas.

Em 2006, a Tenda juntou-se ao núcleo da Fábrica da Rua da Alegria, tornando-a assim também o seu espaço de ensaios, reuniões e criações.

A companhia formou-se, legalmente, a 20 de Dezembro de 2007 e foi fundada por Maria do Carmo Sousa, Olinda Favas, Susana Madeira, Tânia Dinis e Xana Miranda, actrizes formadas em Estudos Teatrais pela ESMAE do Porto, em 2006.

Actualmente, a Tenda de Saias já não conta com Maria do Carmo Sousa.

A ideia da formação surgiu quando as suas fundadoras estavam no último ano do curso na ESMAE, a fazer os chamados “Projectos Colectivos” e reflecte uma afinidade artística e desejo comum de trabalhar em colectivo dos seus membros.

A Associação Cultural - Tenda de Saias tem objectivos culturais e artísticos que se traduzem na criação, produção e apresentação regular de espectáculos, promoção de workshops na área do teatro, captação de novos públicos e enriquecimento artístico da cena cultural da cidade do Porto, através do uso de linguagens contemporâneas do espectáculo.

"NÃO"

Hélder Guimarães

24 a 28 de Março

23 a 27 de Junho

Quarta a Domingo 21h45m

criação e interpretação: Hélder Guimarães

produção executiva: Sandra Simões

direcção técnica: Dário Pais

desenho de som: Pedro Marques

desenho de luz: Pedro Vieira de Carvalho

designer gráfica: Catarina Marques

Sinopse:

Este não é um espectáculo. Este é um não-espectáculo.

Esta não é uma sinopse. É uma não-sinopse.

Tu não és um leitor. És um não-leitor.

Ok, admito: o espectáculo ainda não está pronto e, por isso, ainda não tenho sinopse. Sei sobre o que vou falar, sei o que quero dizer... Mas se o disser agora, para que é que vais pagar bilhete? Um espectáculo é criado para ser visto, é para isso que ele existe. Não é para falar sobre ele antes, não é para reflectir sobre ele antes que ele exista. Felizmente, como este é um não-espectáculo, não preciso de pensar assim. Por isso, posso terminar este texto fazendo uma análise profunda e poética do mesmo não espectáculo sobre o qual não quero falar. Posso fazer tudo isto, mas não o vou fazer. Ainda tenho a liberdade para quebrar a ditadura das sinopses vagas e bonitinhas. Porque é muito fácil fazer sinopses, no fundo é apenas um conjunto de palavras artísticas e crenças vagas alinhadas para fazer o leitor dizer "Isto deve ser bom!". Mas eu não quero leitores, porque esses não têm pensamentos próprios quando lêem sinopses. Eu quero não-leitores para esta não-sinopse. É por isso, que farei um não-espectáculo.

“7:AM”

Teatro da Palmilha Dentada

8 de Abril a 9 de Maio - Quarta a Domingo 21h46m

texto e encenação: Ricardo Alves

direcção plástica: Sandra Neves

direcção musical: Rodrigo Santos

interpretação: Ivo Bastos e Rodrigo Santos

desenho de luz e fotografia de cena: Pedro Vieira de Carvalho

Na sua última produção a Palmilha Dentada lançou um desafio ao seu público: o de ser co-produtor na primeira produção deste ano. A resposta recebida foi significativa - 914 contratos. Mais do que o valor obtido, consideramos significativa a disponibilidade do público em aderir à proposta como uma prova da confiança que em nós deposita. Esse facto torna a nossa próxima produção algo de muito íntimo na nossa relação com o público. Por isso optámos por reflectir sobre um dos momentos mais privados da vida diária de cada um: o despertar.

São 7 da manhã o despertador toca, é o momento em que abandonámos os braços de Morfeu e reabrimos a caixa de Pandora. Este espectáculo é uma longa série de despertares que vão narrando as histórias de diversas personagens que de “manhã acordarão para o que não lhes apetece”.

“NOITES BRANCAS”

Chão Concreto

12 a 30 de Maio - Quarta a Domingo 21h45m

texto: Fiódor Dostoiévski

tradução: Filipe Guerra e Nina Guerra

dramaturgia: Rodrigo Santos

encenação: Rodrigo Santos

interpretação: Ivo Bastos e Nuno Preto

desenho de luz: Pedro Vieira de Carvalho

cenografia: Ricardo Preto

figurinos: Catarina Marques

sonoplastia: Rodrigo Santos

design gráfico: Mónica Santos

produção: Marta Lima

O conto

Um homem vagueia, sozinho, por S.Petersburgo - a cidade em peso, essa, vagueia pelos verões do campo. Uma mulher espera, sozinha, apoiada no parapeito do canal. Um oportunista, cambaleante e pouco respeitável, ensaia uma abordagem agreste e atrevida à menina do chapéu amarelo. O primeiro, o nosso sonhador, salta de rompante para o outro lado da rua - qual herói improvisado! – e afugenta a ameaça. Os ânimos acalmam. A donzela respira fundo. As mãos apertam-se. É então que ele se apercebe: uma mulher. Conheceu finalmente uma mulher! Depois disso vão encontrar-se ali mais quatro noites. Ela porque espera. Ele porque alimenta a sua espera. O amor há-de chegar de manhã. Quando a noite branca acabar. Quando a realidade tornar tudo estranho outra vez.“Noites Brancas” é um dos maiores romances da literatura mundial. Uma incursão atípica e genial de Fiódor Dostoiévski pela estética do Romantismo.

O espectáculo

A premissa central de uma adaptação da obra russa tem, como incontornável primeiro, o romance de amor entre o personagem anónimo – o Sonhador – e Nástenka. A história de amor assume-se como motor operativo - em discurso directo, dialogante - para um tratamento dramaturgico do enredo. Não obstante, esta evidência não ofusca aquela que será a pedra basilar para a construção deste espectáculo: a solidão e o diálogo interior doSonhadordostoiévskiano.Partindo de dois actores, a proposta é fazer uma incursão ao mesmo texto - respeitando a estrutura literária e formal - mas operando uma subversão dramaturgica subtil, no sentido de perpetuar o ponto de partida comum ao universo de dostoievski: o monólogo. Ambos contam a história, que é a sua, porque ambos são o mesmo Sonhador. O espectro do sonho é ampliado e o discurso ganha uma vida diferente, ainda mais próxima da memória afectiva, ao passar para o plano indirecto. O Sonhador entra e sai da sua própria história; encena-a; relata-a; confirma-a. O uso de dois actores potencia o jogo cénico e vai permitir uma abordagem essencialista e objectiva, procurando sempre o âmago das palavras e das emoções. O uso de dois actores homens tem como vantagem dramaturgica impossibilitar a concretização da imagem feminina, perfeita, sonhada e sempre idealizada. O resultado é um ensaio sobre a solidão, numa espécie de solilóquio dialogante.

O Chão Concreto

Chão Concreto é um projecto teatral sem forma de companhia.

Às tantas horas do dia x, fulano estava há um par de horas apático. Cicrano falava, gracejava, pensava, observava e, depois de muito formalizar, bocejava fórmulas antigas para um placebo eficaz. Como quem pinta um quadro. Iam já no 30º dia. Cicrano convicto da cura fácil e fulano descalço, numa caixa preta sem janelas. Isto mais um dia. E outro. E assim mais outro.Ao dia 34, fulano decidiu calçar as botas e sair um pouco. Cá fora estavam todos de boa saúde! Surpreendentemente, fulano percebeu que todos respiravam bem e corriam grandes distâncias transpirando saúde e coisas normais... “Para quê então o xarope?!”, pensou. Excitado com a descoberta, tornou meia volta na direcção da caixa negra e entrou de rompante no escuro, rasgando o silêncio e o cheiro barato a tabaco de artista:Queria contar tudo o que vira! Queria dizer que lá fora todos gritavam e falavam de coisas normais! Queria dizer que cuspiam saúde a jorros e que era um erro pensá-los enfermos! Queria dizer que não se trata de curar, mas de conversar! Queria pedir que os deixassem ficar acordados em vez de lhes fecharem os olhos à força com luzes e muitas cores!...Queria falar como os outros mas estava a dormir no 1º acto. Chão Concreto é um novo projecto teatral da cidade do Porto. Parte de uma vontade de Rodrigo Santos – de encetar um trabalho de pesquisa teatral continuado e que se deseja constante – e de muita boa vontade de alguns amigos e bons artistas, para a concretização deste primeiro espectáculo. Projecto não financiado, pretende assumir-se como mais uma força viva da prática teatral da cidade. Não tem outra razão de ser que não seja a vontade de ver mais gente sentada numa sala de espectáculos: pretende comunicar e ser comercial para não depender de terceiros.

Cão Concreto - Noites Brancas - Foto Pedro Carvalho

foto: Pedro Carvalho

“CONFISSÕES DE UM CARRASCO NA HORA DE IR PARA A CAMA”

Mau Artista

3 a 20 de Junho - Quarta a Domingo 21h45m

Carrasco - Cartaz

texto e encenação: Nuno Preto

interpretação: Hélder Guimarães, Paulo Calatré, Sara Costa, Sara Pinto Pereira, Susana Madeira, Tânia Dinis, Teresa Côrte-Real

cenografia: Ricardo Preto

figurinos: Inês Mariana Moitas

desenho de luz: Francisco Tavares Teles

produção executiva: Marta Lima

mauartista.prod@gmail.com

Confissões de um carrasco na hora de ir para a cama” é uma história sem nomes. Mortos sem identidade.

Fantasmas? Ou pessoas sem vontade própria comandadas por uma Ordem? Esse conceito de “Rebanho” um rebanho de carneirinhos, animal esse que usamos para adormecer quando nos falta o sono. Porquê? Para nos convencermos de quê? Que somos todos iguais, animais sem vontade própria? E quando o inconsciente se revolta em relação a isto não nos deixando dormir, nós convencemo-lo disparando “Um Carneirinho… dois Carneirinhos… três Carneirinhos…” Somos todos iguais, Todos. Será que sim? Será que a Ordem não poderá ser alterada? E quando alguém chega para a alterar, porque será que a primeira palavra que nos sai é “Cala-te!”? Por medo.

Talvez seja isso, um espectáculo sobre o medo… medo de nos vermos sozinhos. Estar por estar. Magoar porque sim. Porque a Ordem assim o exige.

Mas afinal que raio de Ordem é essa?!

Carrasco - Fotos

foto: Paula Preto

“RÄADA”

Segunda vez

6 a 11 de Julho - Terça a Domingo 21h45m

encenador: Projecto Colectivo

texto: Stig Dagerman

Intervenientes: Valdemar Santos, José Bastos, Pedro Carvalho , Grovi, Susana Pinheiro e Cecília Santos

O projecto “Rädda”, é formado por duas partes que se complementam num todo.

Uma das partes consiste numa peça de teatro sob a forma de um monólogo, que cruza o lado biográfico do autor com o texto “A Nossa Necessidade de Consolo é Impossível de Satisfazer”. O texto final será o da obra atrás referida, complementado com outros textos do autor (“Vestido Vermelho”, “As Sete Pragas do Casamento”, “A Ilha dos Condenados”, “Jogos da Noite”, “Outono Alemão”, “A Serpente” e “A Sombra de Marte”).

A outra parte consistirá num filme realizado em alta definição (HD/FullHD) que explora todo o universo de Stig Dagerman – o Medo, a Fé, a Solidão, a Melancolia, o Suicídio, o Abandono, a Mentira, a, Angustia, a Morte e a Literatura… – recorrendo também essencialmente do texto “A Nossa Necessidade de Consolo é Impossível de Satisfazer”.

A apresentação pública do projecto “Rädda”, será a conjugação destas duas partes como se fosse apenas um objecto só e não separadamente.

Posteriormente, numa segunda fase, o filme será continuado, dando origem num projecto de filme isolado, dissociável da sua componente teatral.

A ligação das duas partes terá com ponto fulcral para além do universo e obra de Stig Dagerman, o facto de a interpretação ser feita pelo mesmo actor (Valdemar Santos).

O projecto “Rädda” será todo ele desenvolvido pelo colectivo “Segunda Vez”.

UMA TERÇA POR SEMANA

MARÇO

“Cinema”

ABRIL

“Performance”

MAIO

“Leituras”

”Cinema”

Cartaz Mostra Cinema

Cartaz Mostra Cinema 2

organização: Olho de vidro

A intenção de programar sessões com filmes e conversas na sala do Teatro Latino nasce da quase inexistência de locais de exibição principalmente no que diz respeito ao formato de curta-metragem.

Queremos assim proporcionar, no centro da cidade, proporcionar aos autores a oportunidade de mostrarem o seu trabalho e ao público em geral a de conhecer o que de tão diverso tem sido produzido no Porto.

Numa primeira fase de programação, em que avaliaremos a viabilidade de continuação, vamos apostar não num tema mas na amostra diversificada, o mais completa possível, que vai da animação ao documentário passando por géneros quase impossíveis de rotular.Outra grande aposta é as sessões com filmes produzidos nos últimos anos dos vários cursos de audiovisual da cidade. Esperamos que os públicos se misturem e que o interesse dos estudantes passe por conhecer o que se tem feito no Porto assim como o interesse dos cineastas passe pelo que se tem feito nas escolas, sendo que o principal será o interesse do público nas duas áreas e nos debates que se gerarem.

“Performance”

No âmbito da programação da Sala-estúdio Latino (Teatro Sá da Bandeira) assumida pelo colectivo Variação da Cultura, as Terças-feiras do mês de Abril, serão dedicadas à performance. Em cada uma das noites de 6, 13, 20 e 27 de Abril, pelas 21h30, serão apresentadas duas performances, seguidas de uma conversa entre o público e os artistas.

Este ciclo propõe-se assim colocar o ver e o ser visto perante uma linguagem cuja definição fica à margem de definições estanques. A experimentação e a exposição são matérias tão sensíveis quanto reveladoras neste campo da arte, pelo que não faltarão pontas por onde pegar para uma boa conversa e para voltar uma terça por semana.

A programação, conta com participações tanto de artistas já com experiência como de outros em estreia, com formações entre a dança, as artes plásticas e o teatro.

A coordenação do Ciclo está a cargo de Vera Santos e António Júlio (criadores e intérpretes) que assumem esta tarefa como um prolongamento do questionamento que fazem sobre as artes do palco nas suas actividades profissionais e por considerarem oportuna a realização desta iniciativa no contexto desta programação.

www.umatercaporsemana.blogspot.com

*Dia 6: Àjax Entretido de Mariana Amorim e José Roseira

O Homem de Choque de Igor Gandra com texto de Regina Guimarães

*Dia 13: 200 gr de António Júlio

Pelo nome das coisas de Vera Santos com cenografia de Hélia Aluai

*Dia 20: Simon 06 07 08 09 de João Costa

(sem título) de Rita Osório

*Dia 27: La ferme! (solilóquio de um insone) de Loreto Martinez Troncoso

Recomeçar do princípio de Filipe Antunes Moreira

Classificação etária:> 16

Bilhetes: 5€ (20€ para pré-compra de todas as sessões, com oferta do programa)

*Dia 6

Ájax Entretido

Mariana Amorim

Divertimento Coreográfico por José Roseira e Mariana Amorim

Agradecimentos: Ricardo Preto e Ricardo Alves

“Arrancaram ambos com as mãos as lanças compridas e atiraram-se um ao outro como carnívoros leões ou selvagens javalis, cuja força não é pouca. Com a lança lhe desferiu o Priâmida um golpe no escudo, porém não penetrou o bronze, pois virara-se a ponta. Mas Ájax com um salto atingiu-lhe o escudo; a lança penetrou completamente, atirando-o para trás, contuso: esfolou-lhe o pescoço e fez brotar o negro sangue.”

(Homero, Ilíada, Canto VII, 255-262, Tradução de Frederico Lourenço)

O Homem de Choque

Igor Gandra

Criação e Interpretação: Igor Gandra

Texto: Regina Guimarães

Leitura falada e cantada de um excerto do texto do espectáculo Estufa Fria [2008] do Teatro de Ferro e da Comédias do Minho.

“O meu coração é uma pista. Uma pista de carrinhos de choque. Ele é mais uma corrida mais uma viagem. Mais uma corrida, mais uma vertigem. Dá-se bem com solavancos. Dá-se bem com travagens e acelerações. Precisa de andar aos encontrões. O meu coração, colado ao chão, está lançado numa corrida desenfreada. O meu coração corre em busca de outros corações. E ele é PIM PAM PUM ZÁS CATRAPÁS e PUMBA e PIMBA. Sempre colado ao chão. O meu coração não voa. Ele rasteja. Mas rasteja depressa.”


*Dia 13

200 gr.

Concepção e Interpretação: António Júlio

200gr. é uma forma de exibição não assumida.

Se numa embalagem não existisse senão a designação de peso, nada ficaríamos a saber acerca da natureza do seu conteúdo. Esperaríamos pela sua revelação. Ansiaríamos por abrir a embalagem e conhecer o produto. E poderia ser que o produto do interior fosse outra embalagem com a designação de peso, que nos instigasse a continuar.

200gr. apresenta uma verdade escondida. Muitas vezes revelada, muitas vezes distorcida. É um lugar de existência.

Pelo nome das coisas

Criação e interpretação: Vera Santos

Cenografia: Hélia Alua

Manifesto é uma declaração pública em que se expõem os motivos que levaram à prática de certos actos que interessam a uma colectividade.

Dar o corpo ao manifesto é arriscar-se, expor-se.

Ter opinião não é necessariamente estar a favor ou contra! É ter pensamento.

Performance é actuação.


*Dia 20

Simon 06.07.08.09

SIMON 2

Concepção, direcção artística, fotografia e interpretação: João Costa

Simon é um percurso interior de um homem que se questiona enquanto espécie. Ele deseja ser outra coisa. Deseja ser uma "coisa". Qualquer "coisa". Menos ser humano.

Nós estamos perante ele em escuta, em transmutação e acompanhamos a massa sonora que é o seu corpo nesta espécie de torpor que é também causa de morte.

Simon é um estranho diálogo entre um e a sua ideia de imperfeição, entre um e o seu próprio estranho.

Simon é a terceira e última personagem do ciclo iniciado em 2003 com a Lilly e mais tarde, em 2005, com o Peter.


(sem título)

Criação e interpretação: Rita Osório


A performance que pretendo apresentar, neste ciclo da Variação da Cultura, surge da necessidade de partilha das minhas experiências vivenciais, numa procura interna daquilo que me faz sentir bem. São contadas histórias através da palavra, dança, e outras formas de expressão que tenho vindo a explorar. A conclusão desta pesquisa, que será apresentada na Performance, estará sempre ligada à concretização pessoal, e ao prazer pela minha simples existência como ser humano.


*Dia 27

La ferme!1 (solilóquio de um insone)

Loreto Martinez Troncoso

Criação e interpretação: Loreto Martinez Troncoso

1Expressão francesa para Cala a boca!

…parti da "figura" do insone. Alguém que (durante as suas noites de insónia) apalpa, gagueja… entre ficar lá ou mover-se, sair (- pelo menos - da sua cama). Quer mover-se, sair, mas o seu corpo fica imóvel. Tem uma actividade mental entrecortada, às vezes sublevada, exagerada (penso na "arte do exagero" do Thomas Bernhard), às vezes acalmo, em suspensão. Já não sabe que horas são e quer descansar, ao mesmo tempo que já não sente a sua fatiga e conta o tempo a passar.

Recomeçar do Princípio

filipe moreira

Criação: Filipe Moreira

Interpretação: Filipe Antunes Moreira, Rita Lagarto

Som: Bruno Couto

Figurinos: Lola Sousa


Este é um breve espectáculo de teatro físico, com dois corpos. O projecto partiu da frase “Recomeçar do Princípio”, da coreógrafa Pina Bausch. Duas personagens, Adão e Eva, através de uma série de movimentos e de situações, exploram o quotidiano, a rotina e os estereótipos que estão bem presentes no percurso de vida do Homem e que o condicionam. Estas acções cruzam-se constantemente com uma natureza sempre presente, frequentemente esquecida e dominada.

“Leituras”

Organização: Grémio do Porto

PROGRAMAÇÃO INFÂNCIA – MARÇO A JUNHO

 

Todos os espectáculos:

Sáb. e Dom. às 16h.

À semana para escolas

MARÇO

“XaTa – PROJECTO DE POESIA TEATRAL PARA A INFÂNCIA”Tenda de Saias

Tenda de Saias - XaTa - Cartaz

interpretação e criação: Tânia Dinis e Xana Miranda

produção: Tenda de Saias

xata.tendadesaias@gmail.com

Este projecto de poesia teatral parte de um reportório que inclui grandes nomes da poesia portuguesa. XATA pretende mostrar que a poesia não é chata, através de uma mostra poética intensa e com sentido de humor, levada a cabo em espaços de café-concerto e outros espaços não convencionais.

Tenda de Saias - XaTa - Foto 1
Tenda de Saias - XaTa - Foto 2
Tenda de Saias - XaTa - Foto 3

ABRIL

“JOÃO SEM MEDO”Confraria das Estórias

Um espectáculo para a infância de objectos animados

dramaturgia e encenação de Ricardo Alves

interpretação de Sara Costa, Sara Pereira ou Teresa Alpendurada

cenários de Sandra Neves

bonecos de Susana Azevedo

figurinos de Sara Costa

Do espectáculo

"As Aventuras Maravilhosas de João Sem Medo" são um "divertimento escrito por quem sempre sonhou conservar a criança bem viva no homem". João, o protagonista desta história, nasceu em “Chora-que-logo-bebes” uma pequena e metafórica aldeia cercada por um muro. Recusando a tristeza e a melancolia que dominam a vida da aldeia, João salta o muro e parte à aventura pelo reino mágico e perigoso que rodeia a aldeia. Uma maravilhosa fábula sobre a liberdade e a coragem baseada no livro "As Aventuras Maravilhosas de João Sem Medo" de José Gomes Ferreira.

Do grupo

A Confraria das Estórias é um novo grupo de teatro da cidade do Porto que orientará as suas criações para a infância e jovens públicos.

A direcção artística é de Ricardo Alves e integra a companhia um grupo de jovens criadores.

Do Autor

José Gomes Ferreira (1900-1985) foi jornalista, escritor e poeta. Com uma vasta obra publicada iniciou a sua carreira com a publicação do livro de poesia “Lírios o monte em 1918.

Foi colaborador de vários jornais e revistas, tais como a Presença, a Seara Nova e Gazeta Musical e a Todas as Artes. Esteve ligado ao grupo do Novo Cancioneiro, sendo geral o reconhecimento das afinidades entre a sua obra e o neo-realismo. José Gomes Ferreira foi um representante do artista social e politicamente empenhado, nas suas reacções e revoltas face aos problemas e injustiças do mundo. Mas a sua poética acusa influências tão variadas quanto a do empenhamento neo-realista, o visionarismo surrealista ou o saudosismo, numa dialéctica constante entre a irrealidade e a realidade, entre as suas tendências individualistas e a necessidade de partilhar o sofrimento dos outros.

Das Aventuras de João Sem Medo

Inicialmente publicado em fascículos juvenis no jornal “O Senhor Doutor” em 1933, foi posteriormente coligido num romance em 1963. Em nota de segunda edição em 1973 José Gomes Ferreira disse: “E o sentimento de liberdade feliz com que senti correr a pena no papel, mesmo quando a constrangia a não cair no sentimentalismo moralizante. Ou o prazer que ainda hoje me recreio com algumas páginas deste divertimento pícaro, sempre esperançado que o meu gozo, suspeito de vaidade efémera, contagie os leitores mais relapsos e os convença a lerem esta saga de contestação mansa, vencendo o preconceito de nela entrarem gigantes, fadas e bruxas.

Bruxas? Não existirão - dirão os senhores peremptórios, naturalistas e suficientes.

Pois não.

Mas a caça às bruxas, isso afirmo-vos eu que há.”

Confraria das Estórias - João Sem Medo - Foto de Ana Lucia

foto: Ana Lúcia Cruz

MAIO

“GIL & VICENTE – UMA VIAGEM DE BARCA ATÉ AO INFERNO”Mau Artista

Gil & Vicente (Cartaz)

obra original: Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente

encenação: Paulo Calatré

interpretação: Nuno Preto e Pedro Damião

cenografia e figurinos: Ricardo Preto e Teresa Côrte-Real

desenho de luz: Francisco Tavares Teles

design gráfico: João César Nunes

fotografia: Paula Preto

responsável artístico: Paulo Calatré

consultora pedagógica: Virgínia Maria dos Santos Coutinho

produção executiva: Marta Lima

mauartista.prod@gmail.com

Sinopse:

Dois “clowns” em tropelias pela viagem que Gil Vicente propõe de Barca até ao Inferno. Um espectáculo enérgico onde o trabalho físico dos actores é determinante para o desdobramento dos personagens que nascem e morrem constantemente no actor. Uma abordagem que, apesar de cómica, pretende focar igualmente o lado trágico que a morte tem para cada um de nós. Num breve instante revemos o caminho que construímos e percebemos o destino que nos reserva a eternidade. Um jogo de adereços e luz que, agindo em consonância com a fisicalidade, formam uma base de sustentação dos texto original. O texto não sofrerá alterações, mas todos os jogos cénicos permitem uma leitura alternativa da obra, focando alguns aspectos que nem sempre são abordados no contexto da sala de aula, oferecendo uma modalidade diferente de leitura da obra.

Gil & Vicente (Foto)

fotografia: Paula Preto

JUNHO

“CAÇA-PALAVRAS”Teatro do Frio7 a 13 de Junho

Caça - Palavras - Flyer
Caça-Palavras - Foto 1
Caça-Palavras - Foto 2
Caça-Palavras - Foto 3
Só para ocupar espaço
Só para ocupar espaço